A origem do sobrenome Silva, o mais comum no Brasil
5 de novembro de 2025 / 16:32
Foto: Divulgação

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou, pela primeira vez, uma lista dos sobrenomes mais comuns no Brasil. A divulgação ocorreu nesta terça-feira (4) e trouxe à tona dados sobre cerca de 200 mil sobrenomes registrados no país.

O sobrenome Silva se destacou como o mais frequente, com aproximadamente 34 milhões de registros, representando 16,76% da população brasileira. Em segundo lugar, está Santos, com 21,4 milhões de registros, o que corresponde a 10,4% da população. A lista dos 20 sobrenomes mais populares inclui:

  • Silva: 34.030.104
  • Santos: 21.367.475
  • Oliveira: 11.708.947
  • Souza: 9.197.158
  • Pereira: 6.888.212
  • Ferreira: 6.226.228
  • Lima: 6.094.630
  • Alves: 5.756.825
  • Rodrigues: 5.428.540
  • Costa: 4.861.083
  • Sousa: 4.797.390
  • Gomes: 4.046.634
  • Nascimento: 3.609.232
  • Araújo: 3.460.940
  • Ribeiro: 3.127.425
  • Almeida: 3.069.183
  • Jesus: 2.859.490
  • Barbosa: 2.738.119
  • Soares: 2.615.284
  • Carvalho: 2.599.978

Os dados revelam que o sobrenome Silva é mais prevalente nos estados de Alagoas e Pernambuco, onde 35,75% e 34,23% da população, respectivamente, compartilham esse sobrenome. O município com a maior concentração de Silvas é Belém de Maria, em Pernambuco, onde 63,90% da população possui esse sobrenome.

A origem do sobrenome Silva é intrigante e remonta à época romana, onde era utilizado para designar indivíduos provenientes de regiões florestais. A palavra “Silva” em latim significa “selva” ou “floresta”. O sobrenome desapareceu após a queda do Império Romano, mas ressurgiu na Península Ibérica por volta do século XI. No Brasil, sua popularidade cresceu durante o período colonial, quando muitos portugueses o adotaram para garantir anonimato.

Além disso, muitos escravizados receberam o sobrenome Silva de seus proprietários, geralmente com a preposição “da” como uma forma de indicar posse. Este sobrenome é amplamente encontrado em países de língua portuguesa, assim como na Espanha e na Itália, embora em menor escala.

Os sobrenomes, em geral, surgiram da necessidade de diferenciar as pessoas, e sua escolha é influenciada por diversas tradições. Na Europa e nas Américas, durante a Idade Média, as pessoas costumavam ter apenas um nome, frequentemente seguido de um qualificativo relacionado a características físicas ou ocupações. Com o tempo, entre os séculos 11 e 13, os sobrenomes começaram a se consolidar, originando-se de locais, patronímicos e outras designações.

O sistema de sobrenomes evoluiu ao longo dos séculos, refletindo mudanças sociais e culturais. No Brasil, a adoção do sobrenome do marido por parte das mulheres, por exemplo, tornou-se uma prática comum e foi formalizada pelo Código Civil de 1916. Contudo, a partir de 2002, as mulheres passaram a ter a opção de manter seus sobrenomes após o casamento, uma mudança que reflete uma sociedade em busca de maior igualdade de gênero.

Esses dados e a história dos sobrenomes no Brasil revelam não apenas a diversidade cultural do país, mas também a evolução das tradições sociais e familiares ao longo do tempo.