Os ventos que sopram no Ceará têm se intensificado neste mês de outubro, com rajadas alcançando impressionantes 65 km/h em diversas localidades do estado. Segundo informações da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a cidade de Viçosa do Ceará foi uma das que registrou essa velocidade máxima, enquanto Itatira e Amontada também apresentaram ventanias significativas, com rajadas de 64 km/h.
A percepção de que os ventos estão mais fortes neste ano não é apenas uma impressão. Comparando com outubro de 2022, tanto os ventos médios quanto as rajadas máximas estão mais intensos, com a capital, Fortaleza, registrando rajadas de até 59 km/h.
Em entrevista ao programa Bom Dia Ceará, a meteorologista Meiry Sakamoto, da Funceme, explicou que a origem do fenômeno está relacionada a um sistema de alta pressão localizado no Oceano Atlântico. “Esse sistema, que às vezes se aproxima do continente, está um pouco mais ao norte neste mês de outubro”, detalhou.
Esse posicionamento mais ao norte do sistema de alta pressão intensifica e direciona os ventos para o Ceará, afetando não apenas as regiões serranas, mas também a faixa litorânea e algumas áreas do Sertão Central. Além disso, o afastamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que traz chuvas no primeiro semestre do ano, também contribui para o aumento da velocidade dos ventos.
As previsões para os próximos dias indicam a continuidade dos ventos intensos em todo o estado. “Os ventos devem permanecer fortes, com rajadas que podem atingir 60, 65 e até 50 km/h, especialmente nas regiões de serra e na faixa litorânea, incluindo Fortaleza”, afirmou Meiry Sakamoto.
A Funceme, em parceria com a Marinha do Brasil, emite avisos meteorológicos sempre que há previsão de rajadas mais intensas, um alerta crucial para praticantes de esportes náuticos.
Além dos ventos fortes, o clima seco e quente também caracteriza este período. Dados da Funceme indicam que cidades como Caucaia e Russas atingiram temperaturas máximas de 38°C. A combinação de ventos intensos, calor e baixa umidade do ar cria um cenário preocupante.
Essa “mistura” de secura e vento pode agravar problemas respiratórios, especialmente para pessoas alérgicas, e aumenta significativamente o risco de incêndios em vegetação seca.
Enquanto isso, no litoral de Fortaleza, as chamadas “chuvas do caju”, típicas da época, continuam a ocorrer durante a madrugada, mas não devem alterar o padrão de ventos fortes que se estabeleceu.
