Chocolat Festival Bahia 2025 consagra o Nordeste como polo do chocolate fino
23 de julho de 2025 / 20:19
Foto: Divulgação

Nos últimos dias, o Centro de Convenções de Ilhéus recebeu o Chocolat Festival Bahia 2025, considerado o maior encontro da cadeia produtiva do cacau e chocolate da América Latina. O festival contou com a presença de especialistas, produtores e marcas regionais e nacionais, além da agricultura familiar, elemento central na inovação e na valorização dos produtos locais.

Crescimento do setor de chocolates supera PIB

De acordo com dados recentes da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), a produção de chocolates no Brasil aumentou 6% em 2023, alcançando 805 mil toneladas, enquanto o consumo per capita subiu de 3,6 kg para 3,9 kg por pessoa.

Esse crescimento supera o desempenho médio do PIB nacional, que foi de aproximadamente 4% no mesmo período.

A região sul da Bahia, reconhecida como principal produtora de cacau do país, tem consolidado sua presença no segmento de chocolates finos de origem. O modelo de cultivo agroflorestal cabruca, típico da região, favorece a qualidade dos grãos e a sustentabilidade.

Sul da Bahia brilha na premiação internacional

Marcas do chamado Consórcio Cabruca, formado por produtores do sul da Bahia, conquistaram 15 medalhas na Academy of Chocolate, em Londres – a mais respeitada premiação do setor.

  • Ju Arléo Chocolates (ouro por chocolate 36% com cupuaçu, prata e bronze em outras categorias);
  • Benevides Chocolates (prata e bronze em diferentes percentuais de cacau);
  • La Lis, Modaka, Martinus, Bem Cacao, Cacau do Céu e Tombador Cacau, todos com medalhas de prata e/ou bronze

Ao mesmo tempo, esses reconhecimentos confirmam a excelência da região. E reforçam a busca por Indicação Geográfica e selo de Denominação de Origem para o “Chocolate da Cabruca”.

Importância econômica e cultural da cabruca

O Sul da Bahia possui cerca de 439 mil hectares de cacau, sendo 60% cultivado no sistema cabruca.

Desse modo, essa técnica tradicional mescla cultivo de cacau e preservação da Mata Atlântica, agregando valor sustentável ao produto. Com cerca de 100 marcas de chocolate de origem, a região também fortalece a economia local e a geração de emprego.