
O nheengatu, reconhecido como uma das línguas gerais dos povos indígenas no Brasil, se destaca como a língua indígena mais falada no Ceará, conforme os dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24).
As línguas de origem Tupi predominam no estado, com um total de 437 falantes, sendo o nheengatu o mais expressivo com 200 falantes, seguido pelo Tupi-Potiguara, que conta com 98 falantes. Em um vídeo, Roberto Tabajara se apresenta em nheengatu e português, afirmando: “Oi, meu nome é Roberto, sou do povo Tabajara, da Serra das Matas, da aldeia Serra Branca, no município de Monsenhor Tabosa, Ceará. E estou falando em nheengatu”.
Entre 2010 e 2022, o número de falantes de nheengatu no Ceará superou o de falantes da língua tremembé, de acordo com o Censo 2022. No Brasil, o nheengatu é falado por cerca de 13 mil pessoas, das quais 40,29% residem em terras indígenas.
O nheengatu, também conhecido como língua geral amazônica (LGA), é o único idioma vivo que descende do tupi antigo, com falantes tanto no Brasil quanto na Colômbia.
No Brasil, os estados que apresentam o maior número de falantes de línguas indígenas são Amazonas, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. O levantamento do IBGE considera as línguas que os entrevistados declaram falar. Em 2022, foi registrado que 1,4 milhão de indígenas utilizam o português como língua de comunicação em casa, o que representa 86,3% da população indígena do país. Entretanto, nas terras indígenas, essa porcentagem cai para 67,1%.
No Ceará, foram identificadas 51 línguas indígenas declaradas por pessoas a partir de 5 anos de idade, além de 140 etnias. Dentre estas, 15 etnias estão localizadas em terras indígenas. Para o IBGE, as etnias são definidas como comunidades humanas que compartilham afinidades linguísticas, culturais e sociais, além de uma cultura e modo de vida social próprios.