Pernambuco se destaca negativamente no cenário nacional de saneamento básico, com quatro de suas cidades figurando entre as 20 com os piores índices do Brasil. Um estudo recente, divulgado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria GO Associados, revela que esses municípios investiram, nos últimos quatro anos, menos de 65% do necessário para garantir acesso universal à rede de esgoto e água tratada.
O levantamento, que analisou os cem municípios mais populosos do país com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), posicionou as cidades pernambucanas da seguinte forma:
Nenhuma cidade do estado se destacou entre as 20 melhores avaliadas. O estudo aponta que os 20 últimos colocados investiram, em média, apenas R$ 78,40 em saneamento por habitante, enquanto o valor necessário para a universalização seria de R$ 223,82.
Além disso, Jaboatão dos Guararapes apresentou desempenho insatisfatório em dois índices do ranking: o Indicador de Atendimento Total de Água, onde ficou em 95º lugar, e o de Coleta Total de Esgoto, na 92ª posição. Petrolina, localizada no Sertão do estado, também se destacou negativamente, ocupando a 92ª posição no Indicador de Atendimento Total de Água.
O sistema de esgotamento sanitário da capital e dos outros três municípios da Região Metropolitana é gerido pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), em colaboração com a empresa BRK. Atualmente, Pernambuco apresenta uma cobertura de coleta de esgoto de apenas 34% e 86% no fornecimento de água tratada, conforme dados da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos.
Em dezembro do ano passado, o governo de Pernambuco anunciou um projeto de concessão parcial dos serviços da Compesa à iniciativa privada, com a promessa de universalizar o atendimento até 2033, prevendo um investimento total de R$ 18,9 bilhões ao longo de 35 anos.
A reportagem tentou contato com a Compesa para obter mais informações sobre os dados do levantamento, mas até o fechamento desta matéria, não houve retorno.