Estudo revela que tarifaço de Trump pode afetar economia no estado do Nordeste em R$ 233 milhões
19 de julho de 2025 / 11:08
Foto: Divulgação

Como a tarifa de Trump impacta o mel brasileiro

A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode resultar em um impacto significativo na economia do Piauí, com estimativas que chegam a R$ 233 milhões, conforme um estudo realizado pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Este valor corresponde ao total das exportações do estado previstas para o ano de 2024.

No que diz respeito às importações de produtos norte-americanos, o Piauí desembolsou aproximadamente R$ 271 milhões em 2024. Entre janeiro e junho de 2025, as exportações piauienses para os Estados Unidos somaram R$ 110 milhões, enquanto as importações atingiram R$ 144 milhões.

O mel natural destaca-se como o principal produto exportado pelo Piauí para o mercado americano, totalizando R$ 60 milhões no primeiro semestre deste ano. Outros produtos que também fazem parte das exportações incluem:

  • Ceras vegetais e de abelhas: R$ 33 milhões
  • Peixes congelados: R$ 5,5 milhões
  • Crustáceos: R$ 3 milhões

Perdas significativas para a economia regional

A Sudene alerta que a Região Nordeste pode enfrentar perdas anuais superiores a R$ 16 bilhões devido a essa nova taxação. Essa quantia representa mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da região. Além disso, a superintendência ressalta que a taxação pode provocar efeitos indiretos na cadeia produtiva.

A Sudene enfatiza que “[haverá uma] perda significativa para a economia regional caso este mercado seja fechado a partir da taxação. Diante deste aumento absurdo de preços, os compradores americanos naturalmente iriam procurar outros fornecedores no mercado mundial”.

Impacto no mel orgânico

Em 12 de junho, a Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) informou que um cliente dos EUA cancelou a compra de 95 toneladas de mel orgânico produzido no Sul do Piauí. Após um apelo dos produtores, o embarque dos contêineres com o mel foi liberado na noite de 13 de junho.

O presidente da Casa Apis, Sitônio Dantas, explicou que a carga foi distribuída entre diferentes navios, com rotas variadas, o que resultará em datas de chegada distintas nos Estados Unidos. Diante do receio de uma queda nas exportações e do aumento dos custos logísticos, o setor está considerando alternativas, como a divisão da taxa de 50% com os importadores.