
As obras da Usina Solar Noronha Verde tiveram início neste sábado (8) em Fernando de Noronha, marcando uma etapa crucial no processo de descarbonização da ilha. Com um investimento de R$ 350 milhões pela Neoenergia, o projeto contempla a instalação de mais de 30 mil painéis solares e sistemas de armazenamento de energia em baterias.
O principal objetivo é transformar a matriz energética da ilha até 2027. Atualmente, a energia é gerada na Usina Tubarão, que utiliza biodiesel como sua fonte principal. Com a conclusão das obras, Fernando de Noronha se tornará a primeira ilha oceânica habitada da América Latina a alcançar tal nível de descarbonização.
Ao final da instalação da usina, a expectativa é que os moradores experimentem uma redução de cerca de 6% no valor da conta de energia.
O início das obras foi celebrado em uma cerimônia no Forte dos Remédios, que contou com a presença dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e José Múcio Monteiro (Defesa), além da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), diretores da Neoenergia, empresários e moradores da ilha.
A implantação da nova usina será realizada em duas fases: a primeira fase deve entrar em operação até maio de 2026, enquanto a segunda está prevista para setembro de 2027. O ministro Alexandre Silveira destacou que o projeto posiciona Noronha como um exemplo mundial em sustentabilidade, afirmando: “Fernando de Noronha dá exemplo para o mundo. Estamos descarbonizando a ilha e reduzindo o preço da energia. O Brasil mostra que é possível mudar a matriz energética.” A usina a óleo diesel será mantida apenas como reserva.
Os equipamentos da nova usina serão instalados em áreas cedidas pela Aeronáutica, pela Administração da Ilha e pela Associação de Agricultores (Noronha Terra). O projeto já recebeu licenciamento da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH) e a anuência do Instituto Chico Mendes da Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
A nova usina solar terá uma capacidade de geração de 22 Megawatt-pico (MWp) e armazenamento de 49 Megawatt-hora (MWh), o que é suficiente para abastecer cerca de 9 mil residências no continente. Atualmente, a ilha produz até 10 MWp, com um consumo médio diário de 4,4 MWp, que pode aumentar para 6,6 MWp durante a alta temporada turística.
A governadora Raquel Lyra ressaltou que o projeto foi amplamente debatido e que ampliará a capacidade de fornecimento de energia da ilha. “O investimento garante mais estabilidade no fornecimento de energia e prepara Noronha para receber mais visitantes no futuro,” declarou Raquel.
Durante o evento, também foi oficialmente apresentada a primeira Usina Solar Fotovoltaica Flutuante, instalada no Açude do Xaréu, com um investimento de R$ 10 milhões, proveniente do Programa de Eficiência Energética da Neoenergia Pernambuco. Essa usina flutuante tem a capacidade de gerar energia suficiente para atender cerca de 30% do consumo da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) na ilha, evitando a emissão de 717 toneladas de gás carbônico anualmente.
O CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, expressou otimismo quanto à ampliação de ações ambientais em Fernando de Noronha, afirmando: “Com a descarbonização, novos projetos podem ser desenvolvidos. Esperamos que, em poucos anos, a ilha seja 100% sustentável, não só na geração de energia, mas também na mobilidade e no consumo doméstico.”