Fernando de Noronha avança na descarbonização com investimento de R$ 350 milhões
9 de novembro de 2025 / 17:54
Foto: Divulgação

As obras da Usina Solar Noronha Verde tiveram início neste sábado (8) em Fernando de Noronha, marcando uma etapa crucial no processo de descarbonização da ilha. Com um investimento de R$ 350 milhões pela Neoenergia, o projeto contempla a instalação de mais de 30 mil painéis solares e sistemas de armazenamento de energia em baterias.

O principal objetivo é transformar a matriz energética da ilha até 2027. Atualmente, a energia é gerada na Usina Tubarão, que utiliza biodiesel como sua fonte principal. Com a conclusão das obras, Fernando de Noronha se tornará a primeira ilha oceânica habitada da América Latina a alcançar tal nível de descarbonização.

Ao final da instalação da usina, a expectativa é que os moradores experimentem uma redução de cerca de 6% no valor da conta de energia.

O início das obras foi celebrado em uma cerimônia no Forte dos Remédios, que contou com a presença dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e José Múcio Monteiro (Defesa), além da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), diretores da Neoenergia, empresários e moradores da ilha.

A implantação da nova usina será realizada em duas fases: a primeira fase deve entrar em operação até maio de 2026, enquanto a segunda está prevista para setembro de 2027. O ministro Alexandre Silveira destacou que o projeto posiciona Noronha como um exemplo mundial em sustentabilidade, afirmando: “Fernando de Noronha dá exemplo para o mundo. Estamos descarbonizando a ilha e reduzindo o preço da energia. O Brasil mostra que é possível mudar a matriz energética.” A usina a óleo diesel será mantida apenas como reserva.

Os equipamentos da nova usina serão instalados em áreas cedidas pela Aeronáutica, pela Administração da Ilha e pela Associação de Agricultores (Noronha Terra). O projeto já recebeu licenciamento da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH) e a anuência do Instituto Chico Mendes da Conservação e Biodiversidade (ICMBio).

A nova usina solar terá uma capacidade de geração de 22 Megawatt-pico (MWp) e armazenamento de 49 Megawatt-hora (MWh), o que é suficiente para abastecer cerca de 9 mil residências no continente. Atualmente, a ilha produz até 10 MWp, com um consumo médio diário de 4,4 MWp, que pode aumentar para 6,6 MWp durante a alta temporada turística.

A governadora Raquel Lyra ressaltou que o projeto foi amplamente debatido e que ampliará a capacidade de fornecimento de energia da ilha. “O investimento garante mais estabilidade no fornecimento de energia e prepara Noronha para receber mais visitantes no futuro,” declarou Raquel.

Durante o evento, também foi oficialmente apresentada a primeira Usina Solar Fotovoltaica Flutuante, instalada no Açude do Xaréu, com um investimento de R$ 10 milhões, proveniente do Programa de Eficiência Energética da Neoenergia Pernambuco. Essa usina flutuante tem a capacidade de gerar energia suficiente para atender cerca de 30% do consumo da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) na ilha, evitando a emissão de 717 toneladas de gás carbônico anualmente.

O CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, expressou otimismo quanto à ampliação de ações ambientais em Fernando de Noronha, afirmando: “Com a descarbonização, novos projetos podem ser desenvolvidos. Esperamos que, em poucos anos, a ilha seja 100% sustentável, não só na geração de energia, mas também na mobilidade e no consumo doméstico.”