Reserva ecológica no Nordeste preserva a Caatinga e impulsiona o ecoturismo
24 de agosto de 2025 / 19:46
Foto: Divulgação

Uma reserva ecológica situada na zona rural de Picuí, no Curimataú paraibano, tem desempenhado um papel fundamental na preservação do bioma Caatinga, um dos ecossistemas mais relevantes do planeta. Desde sua criação em 2005, a iniciativa tem contado com a colaboração de pesquisadores universitários para impulsionar o ecoturismo na região.

A Reserva Olho D’Água das Onças abrange mais de 20 hectares dedicados à conservação ambiental. O nome da reserva remete a relatos da década de 1970 sobre a presença de onças da espécie suçuarana na área, que, infelizmente, desapareceram devido à ação humana. Buba Germano, o fundador da reserva, enfatiza que a missão principal é proteger o bioma Caatinga, assegurando a biodiversidade para as futuras gerações. “A missão é preservar a diversidade do bioma caatinga, vidas humanas, animais e vegetais. Nós temos que formar as novas gerações do que a natureza nos ofereceu para que no futuro a gente não passe pelo que estamos passando no mundo,” afirmou Buba.

De acordo com o sistema MAPBiomas, a Paraíba registrou mais de 600 alertas de desmatamento da Caatinga apenas no primeiro semestre deste ano. Apesar desses números alarmantes, os dados também indicam uma redução de quase 50% nos alertas, com mais de 5 mil hectares de vegetação nativa preservados, evidenciando a importância das reservas ecológicas.

Em 2023, que marca os 20 anos de atividade da Reserva Olho D’Água das Onças, o local foi oficialmente reconhecido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) como uma unidade de conservação de domínio privado, o que fortalece a proteção da área.

Além de promover a pesquisa acadêmica, onde centenas de espécies de fauna e flora foram catalogadas, a reserva também se tornou uma fonte de renda para as famílias que residem nas proximidades. Agricultores locais veem na biodiversidade uma oportunidade de empreender, desenvolvendo produtos artesanais. A associação Mulheres da Quixaba, que participa ativamente da reserva, representará a Paraíba na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30. “Na zona rural é bem difícil a parte financeira, a gente tem que ter a renda vinda da agricultura familiar. Nessa associação são 25 mulheres, algumas produzindo e outras na parte de gestão. E a gente está com muito entusiasmo para fortalecer ainda mais a agricultura familiar,” relatou Adriana Mahomed, agricultora e empreendedora local.

A reserva mantém parcerias com outros projetos que compartilham o mesmo objetivo de preservar o meio ambiente e, especialmente, o bioma Caatinga. O espaço também conta com um restaurante e museus que narram a história da região, além de excursões frequentes que levam crianças a conhecer a riqueza da biodiversidade local, garantindo que as novas gerações aprendam a valorizar e proteger o meio ambiente.