O Rio Grande do Norte se destacou como o principal destino para 285 mil viagens realizadas por moradores de todo o Brasil em 2024. No entanto, esse número representa uma queda de 10,09% em comparação ao ano anterior, quando foram registradas 317 mil viagens. Com isso, o estado ficou na segunda posição entre os menos visitados da região Nordeste, apenas à frente de Sergipe, que contabilizou 258 mil visitas.
As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através do módulo de Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, nesta quinta-feira (2). O analista da Pnad Contínua, William Kratochwill, destacou que os dados refletem a evolução da demanda por turismo no Brasil após a pandemia de Covid-19. Embora houvesse expectativas de crescimento para 2024, os números não corresponderam a essa previsão.
A retração nas viagens foi observada em oito estados, com o Rio Grande do Norte apresentando a quarta maior queda, atrás de Rondônia (-17,17%), Goiás (-10,72%) e Rio Grande do Sul (-10,11%). No cenário nacional, o estado potiguar ocupou a 17ª posição entre os mais visitados, perdendo duas colocações em relação ao ano anterior. O total de viagens no Brasil atingiu 19,8 milhões, com o RN representando apenas 1,4% desse total, uma leve queda em relação a 1,6% em 2023.
Das 285 mil viagens que tiveram o Rio Grande do Norte como destino, 89,47% foram motivadas por razões pessoais, totalizando 255 mil. Essas razões incluem lazer, tratamento de saúde e visitas a familiares e amigos. Em 2024, o gasto médio por viagem para o estado foi de R$ 2.384, considerando apenas as viagens com pernoite. Esse valor coloca o RN como o quinto estado do Nordeste em termos de gasto médio, mantendo a mesma posição de 2023.
O montante total gasto em viagens ao RN em 2024 foi de R$ 379,8 milhões, uma redução de 8,94% em relação aos R$ 417,1 milhões do ano anterior. Cada visitante desembolsou, em média, R$ 284 por dia e permaneceu no estado por 7,3 pernoites, um aumento em relação aos 6,3 pernoites de 2023. O Piauí liderou a estadia média no Nordeste, com 14,8 pernoites.
Em 2024, os moradores do Rio Grande do Norte realizaram 244 mil viagens, uma queda de 11,27% em relação a 275 mil em 2023, posicionando o estado entre os que mais sofreram recuo. De acordo com a pesquisa, 85% dos domicílios potiguares não registraram viagens no período analisado, um aumento em relação aos 83,6% do ano anterior.
Os principais motivos apontados para a falta de viagens foram a falta de dinheiro (39,2%) e a ausência de necessidade (20,2%). Contudo, houve um crescimento na justificativa de falta de tempo, que subiu 3,2 pontos percentuais, atingindo 13,5% dos moradores. Entre as 240 mil viagens realizadas pelos potiguares, 85,41% foram por motivos pessoais.
A pesquisa também revelou um aumento de 4% nas viagens para tratamento de saúde, que representaram 27,4% do total de viagens pessoais, enquanto as visitas a familiares e amigos caíram 6,3%, totalizando 25,7%.
Os potiguares gastaram, em média, R$ 1.200 em viagens com pernoite, um leve aumento em relação aos R$ 1.162 do ano anterior. O carro particular continuou sendo o meio de transporte mais utilizado, com 48,2% das viagens, embora o uso de avião tenha crescido 0,3%, alcançando 12,1%.
A pesquisa do IBGE, realizada desde 2019 em parceria com o Ministério do Turismo, visa mensurar a demanda turística tanto doméstica quanto internacional, além de fornecer subsídios para políticas públicas e estratégias de mercado no setor.
